Recuo de 14,4% ante o mesmo período em 2022, e 12% ante o quarto trimestre que somou 43.341 bilhões. Resultado impactado pela baixa no preço do petróleo no primeiro trimestre de ano. O conselho provou o pagamento de dividendos aso acionistas no valor de mais de R$ 24,65 bilhões, ou R$ 1,89 por cada ação ordinária.
A Petrobras divulgou na noite do dia 11 de maio (quinta-feira), depois do fechamento do mercado, os seus resultados do desempenho financeiro referentes ao primeiro trimestre de 2023, onde apresentou um lucro líquido de R$ 38,2 bilhões, com queda de 14,4% no período, e o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 72,5 bilhões de janeiro a maço de 2023, menos 6,7% comparado com o primeiro trimestre de em 2022.
Segundo a companhia, o nível de alavancagem da companhia segue saudável e a relação endividamento líquido/Ebitda ajustado foi de 0,58 vezes, a melhor marca da companhia desde 2010.
A Petrobras também apresentou uma consistente geração de caixa no trimestre, com fluxo de caixa operacional (FCO) atingindo a marca de R$ 53,8 bilhões.
O lucro líquido recorrente de R$ 37,7 bilhões foi menor do que o do quarto trimestre de 2022, total de R$ 43,341bilhões, e um recuo de 14,4% comparado ao terceiro trimestre de 2022, que somou R$ 44,561 bilhões, segundo a empresa, se justifica principalmente pela desvalorização do preço do petróleo (Brent). Em 31 de março, a dívida bruta alcançou US$ 53,3 bilhões, uma queda de 0,8% em comparação com o fim do ano passado, atingindo o menor nível desde 2010. A dívida líquida atingiu US$ 37,6 bilhões, uma queda de 9,5% em comparação com dezembro de 2022.
No primeiro trimestre de 2023, a companhia pagou R$ 8 bilhões em dividendos para União referente à segunda parcela dos dividendos aprovados no terceiro trimestre de 2022.
E agora aprovou um novo valor de remuneração ao acionista referente aos resultados do 1T23 em função do baixo nível do endividamento bruto, a elevada geração de caixa e a sólida liquidez, no montante de R$ 1,89 por ação ordinária e preferencial, de acordo com sua política de remuneração aos acionistas, sendo 36,61% para o Grupo de Controle. Portanto, do total aprovado, R$ 9 bilhões serão destinados à União acionista majoritário da companhia.
Durante o primeiro trimestre de 2023, foram feitos investimentos significativos que somam US$ 2,5 bilhões. No segmento de Exploração e Produção, os investimentos totalizaram US$ 2 bilhões, 49% acima do 1T22, devido ao desenvolvimento dos grandes projetos que sustentarão a curva de produção de petróleo e gás dos próximos anos, em especial pela construção e integração de novas unidades de produção, além da ampliação dos investimentos na revitalização de Marlim. No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, os investimentos totalizaram US$ 340 milhões com destaque para paradas programadas de refinarias, investimentos em malha logística e unidade de utilidades do Gaslub. No segmento Gás e Energia, os investimentos totalizaram US$ 33 milhões no período, com destaque para unidades de processamento de gás natural.
Soma-se aos dividendos e aos investimentos, o pagamento de R$ 62,6 bilhões em tributos para União e entes estaduais e municipais.
—Os resultados nestes 100 dias iniciais da nossa gestão nos deixam extremamente otimistas em relação ao futuro. Vamos seguir construindo uma Petrobras sólida, competitiva e sustentável, sintonizada com as demandas da sociedade, erguendo novas pontes e alavancando novos investimentos para o país — destaca o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Novos mercados — A Petrobras vem constantemente buscando oportunidades globais e o desenvolvimento de novos clientes, o que foi decisivo para que a companhia também alterasse o fluxo de suas exportações de petróleo, maximizando a geração de valor nas suas vendas. No primeiro trimestre de 2023, a Petrobras expandiu suas vendas de correntes de óleo de Mero, Sururu, Búzios e Tupi, conquistando novos clientes na Europa e nos EUA.
Resultados operacionais — Conforme divulgado anteriormente no seu relatório de produção e vendas, a Petrobras bateu recorde de produção no pré-sal com 2,13 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em fevereiro e média de 2,05 milhões de boed no primeiro trimestre do ano. Neste período, o navio plataforma Guanabara, instalado no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, alcançou sua capacidade máxima de produção, com a marca de 179 mil barris de petróleo por dia (bpd) e a plataforma P-71 teve sua produção antecipada em relação a data prevista no PE 2023-27, também no pré-sal da Bacia de Santos. Essas conquistas e a maior eficiência das demais plataformas permitiram crescer em 1,1% a produção da Petrobras em relação ao último trimestre do ano passado.
No segmento de combustíveis, a companhia obteve elevado rendimento de derivados médios no período, com diesel, gasolina e QAV, atingindo 67% de participação na produção total. Esses derivados possuem alto valor agregado.
Outros marcos significativos foram obtidos nos últimos dias. No dia 07 de maio (domingo), o FPSO Anna Nery entrou em produção. A unidade tem capacidade para produzir até 70 mil barris de óleo e processar 4 milhões de m³ de gás, tudo isso diariamente. No final de abril, o navio-plataforma Anita Garibaldi, que tem capacidade de produzir até 80 mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar até 7 milhões de m3 de gás/dia, saiu para a locação. Ambas as unidades fazem parte do projeto de revitalização dos dois campos de Marlim e Voador, na Bacia de Campos. O FPSO Almirante Barroso já se encontra na locação, no Campo de Búzios, com previsão de entrada em operação no segundo trimestre de 2023.
O presidente Petrobras Jean Paul Prates comentou os resultados e o futuro da companhia: — É com muito orgulho que compartilho com vocês os primeiros resultados trimestrais da Petrobras sob nossa gestão. Desde que assumi a presidência da companhia, em janeiro, venho trabalhando por uma Petrobras mais eficiente, saudável financeiramente e inclusiva, em que as pessoas estão no foco das decisões e no topo das prioridades. Se hoje colecionamos uma série de avanços e recordes, é porque nossos trabalhadores souberam transformar capacidade técnica em resultados. É nosso objetivo que cada profissional da companhia enxergue em nossa missão conjunta um compromisso com a vida, o orgulho da busca contínua pela excelência, e um desafio de produzir cada vez mais valor para o Brasil.
Os resultados financeiros refletem o excelente desempenho operacional da companhia. O pré-sal continua a ser o centro das nossas receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da nossa produção total. Em fevereiro, o pré-sal bateu novo recorde mensal de produção, com 2,13 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia — fruto da alta produtividade dos poços e beneficiados pela aplicação das mais modernas tecnologias que combinam alta eficiência e baixa intensidade de carbono. Estamos produzindo cada vez mais, com uma produção cada vez mais eficiente e com menos emissões.
Colocamos em operação, em maio, a mais nova plataforma da Bacia de Campos: a FPSO Anna Nery. Além disso, temos mais duas plataformas prontas para começar operar: a Almirante Barroso, no campo de Búzios, e a Anita Garibaldi, que está sendo ancorada no campo de Marlim. Além disso, mais 13 plataformas vão entrar em produção até 2027. Continuamos empenhados em desenvolver produtos e combustíveis mais eficientes e sustentáveis. Produzimos 5,8 milhões de litros de diesel com conteúdo renovável, gerando redução de emissões equivalente a cerca de 610 toneladas de CO2. E alcançamos, neste primeiro trimestre, o recorde de vendas de diesel S-10, com menor teor de enxofre, que representaram 63% das vendas totais de óleo diesel pela Petrobras, ultrapassando o registro do último trimestre do ano passado.
Estamos nos preparando para um futuro mais sustentável. Por isso, criamos a Diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade e firmamos parcerias com Equinor, Shell e outras empresas para analisar, em conjunto, novos projetos focados em energias renováveis. Também estamos avaliando a criação de grupos de trabalho com outras empresas para buscar oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. Constituímos uma comissão mista com o BNDES para desenvolvimento conjunto de projetos em prol da transição energética, indústria nacional, e fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica.
Por fim, gostaria de agradecer a todos os acionistas da Petrobras pela confiança em nossa empresa. Seguiremos trabalhando com eficiência, comprometimento e transparência para alavancar nossos resultados, abrir novas oportunidades para a companhia e contribuir para um amanhã mais sustentável — conclui Jean Prates.